07 RAZÕES QUE COMPROVAM O VALOR DA TEOLOGIA PARA O CULTO CRISTÃO




Talvez você já tenha ouvido estas objeções contra a teologia: não é espiritual, é apenas “letra”, enfadonha e irrelevante para o culto cristão. Entretanto, não há alternativa para a teologia, ela é inevitável, principalmente no quesito: culto ao Senhor. A teologia é importante para todas as áreas da vida, mas gostaria de delimitar o assunto, concentrando-me apenas na importância da teologia para o culto público cristão. E, quando digo teologia (teo-logia), estou me referindo ao conjunto de verdades divinas reveladas, unicamente, nas Escrituras Sagradas. Sem mais, segue sete razões que comprovam que a teologia é importante para o culto público cristão, vejamos:

1. A teologia norteia a liturgia. A liturgia do culto cristão não é feita de qualquer jeito, as escolhas dos textos bíblicos não são aleatórias, as canções não são escolhidas fortuitamente. A liturgia é feita com um propósito teológico bem definido, relacionando tais elementos: leitura bíblica, orações, pregação das Escrituras, salmos, hinos e cânticos espirituais, sacramentos,[1] juramentos religiosos, votos, jejuns solenes, ações de graças em ocasiões especiais e ofertas de louvor ao Senhor. Portanto, a verdade teológica revelada nas Escrituras regula o culto cristão e sua liturgia.

2. A teologia orquestra as canções. Quando embasadas nos princípios bíblicos, a música cumpre adequadamente seu papel de adoração congregacional.[2] As canções possuem, além de outras questões, uma finalidade didática: reforçando o conhecimento teológico, pregado pelo pastor. Como disse Lutero: “Música e notas, maravilhosas criações de Deus, podem sim contribuir para a melhor compreensão do texto, especialmente quando cantadas por uma congregação e quando cantadas com sinceridade”.[3]

3. A teologia neutraliza ações antropocêntricas. Quando não se há conhecimento da Palavra, há conhecimento do “homem”.  A falta do conhecimento bíblico promove ações, canções e mensagens antropocêntricas. A teologia no culto conduz a igreja a Deus e não ao homem. O conhecimento teológico é fruto de uma boa espiritualidade, como disse o apóstolo Paulo: “Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente” (1Co 2.12).[4]

4. A teologia afasta a idolatria. Infelizmente o ser humano é inclinado à idolatria, todavia, a teologia censura todo tipo de idolatria no culto cristão ao Senhor. O culto deriva da verdade bíblica. O que deve ser realizado durante o culto é somente aquilo que Deus preordenou em sua Palavra, não há espaço para a permissibilidade, mas para a regularidade dita por Deus nas Escrituras. É o que chamamos de “Princípio Regulador do Culto”. [5]

Certa vez, o pastor Stuart Ollyot disse: “Onde Cristo não é pregado, ali não existe pregação”
eu vou mais além: se Cristo não for central no culto, ali não existe um culto cristão.
     

5. A teologia estabelece a cristocentricidade. Assim como a centralidade das escrituras é Cristo, o culto respaldado pela teologia bíblica mantem Cristo como foco central. Infelizmente, hoje em dia, há uma tendência de tirar o foco de Cristo e colocar em outras pessoas ou coisas. Essa subversão da centralidade cúltica está presente nas músicas, mensagens e atos prestados em vários cultos contemporâneos.  Muitos colocam o foco em cantores, participações especiais, pastores, “apóstolos”, milagres, moralidades, bênçãos materiais e por ai vai. Porém, a glória está em Cristo. Certa vez, o pastor Stuart Ollyot disse: “Onde Cristo não é pregado, ali não existe pregação”[6], eu vou mais além: se Cristo não for central no culto, ali não há um culto cristão.

6. A teologia nos comunica a verdade de quem, de fato, Deus é. Se o culto é prestado a Deus, precisamos conhecer a Deus e saber de sua santa vontade. Para tal fim, o cristão deve ir as Escrituras Sagradas pera conhecer melhor a Deus. O apóstolo João escreveu as Palavras de Jesus quando disse que “Deus é espírito, e importa que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). O apóstolo João diz que “Deus é luz e não há nele treva nenhuma” (1 Jo 1.5). A falta de conhecimento adequado do Deus revelado nas Escrituras, gera um culto repleto de anseios idólatras que não agrada ao Salvador. Se o culto é para Ele, precisamos saber o que Ele deseja, e como Ele quer ser adorado. Lembre-se: o culto deve ser bom para Deus e não para nós!

7. A teologia instrui a razão e orienta o coração. O culto cristão é um culto racional (Rm 12.1). Não há espaço, portanto, para um culto místico e sincrético, desprovido de conhecimento bíblico. O entendimento do evangelho aguça a mentalidade do cristão em seu culto ao Senhor, de tal modo que conduz o coração do pecador na verdade da Palavra. A Bíblia é a juíza do coração humano, inclusive no culto prestado a Deus. A teologia, portanto, afasta o fogo estranho e consolida a verdade do Espírito, promovendo assim, uma espiritualidade aprovada por Deus para o culto público cristão.

Através da teologia podemos compreender aquilo que de fato regula o culto cristão. A falta de conhecimento apropriado das Escrituras gera um culto idólatra, saturado de anseios antropocêntricos e que absolutamente não agrada o Senhor. O único meio de manter o culto livre de idolatrias é conhecendo a Palavra e mantendo Deus como foco central.
 
No amor de Cristo,

Rev. Otávio Campos


BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA DE GENEBRA. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. 1728p.
LUCAS, Sean Michael. Série Fé Reformada. Tradução: Rubens Thomaz de Aquino; Cláudia Vassão; Lúcia Zanetti; Vanessa Zuliani; Neuza Batista da Silva. Vol 1. São Paulo: Cultura Cristã, 2015. p. 126.
LUTHER, Martin. Luther’s Works. Vol 53. Ed. Americana.  Filadélfia: Fortress Press, 1965.
OLYOTT, Stuart. Pregação Pura e Simples. Tradução de Francisco Wellington Ferreira. São José dos Campos-SP: Editora Fiel, 2008. 157p.



[1] Celebração da Ceia e ministração do batismo (quando houver).
[2] Para mais informações sobre a música no culto indico o texto de Paul S. Jones “O que é música para o culto?”, do primeiro volume da “Série Fé Reformada” publicada pela Editora Cultura Cristã.
[3] LUTHER, Martin. Luther’s Works. Vol 53. Ed. Americana.  Filadélfia: Fortress Press, 1965, p. 342.
[4] Destaque do autor.
[5] Indico a leitura do texto: “O Princípio Regulador do Culto”, do autor: Brian Schwertley. Disponível no site: www.monergismo.com.
[6]OLYOTT, Stuart. Pregação Pura e Simples. São José dos Campos-SP: Editora Fiel, 2008. p. 24

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